segunda-feira

POESIA

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UM LUGAR AO SOL

Uma estrada estreita ou larga Clareada pela luz da lua...
Alegria de se perder, alegria simples de ir...
Passa a noite e passa o dia, o cheiro da vida no ar.
Na Natureza, como que por encanto, esverdear...
Fazer da grande casa comum, a mais bela casa do mundo
E dançar, plantar, colher... Na terra de infindo prazer...

Uma canção alegre ou triste Iluminada pela luz do sol...
Passam os dias, os sonhos, as pontes, os muros
A mente é pássaro escuro, vida e morte a querem.
Na Natureza ser tempestade e folha a deslizar...
Fazer da bela casa do mundo, um leve ninho suspenso
E aprender a voar, e voar...
#walter sarça

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BRISA


Há fogo em meus lábios, fogo de vinho antigo.
Há sonho no despertar, silêncio nos gritos.
Ando pela casa. Saio de casa. Vôo sobre o mar...
Estou só esta noite e aposto na tempestade!
Ébrio de paixão pelo perfume do tempo -
Ele é agora! Raio, sorriso e escândalo.
Tão sutil que me leva ao palácio dos prazeres.
E a um só tempo é vento e folha...

Derramo mistérios ao escrever na areia
E todo mistério se apaga na água do mar.
Vôo sobre o mar. Saio do mar, navego no vazio.
Não se fala sobre si mesmo quem fala de Amor.
Mas amor a quem merece. Há sangue em minhas mãos,
É meu próprio sangue, sacrifício!
Uma cidade brota onde havia tristeza
Uma cidade dançante, tão feérica que encolhe.

Ando pela cidade, sou as vestes da sombra.
Esqueço de mim e me torno o espectador.
Vejo-me através de centenas de olhos
A recitar versos de amor, desejo e loucura.
O derbak me acompanha e a flauta me acompanha.
Depois silêncio e nuvens, sou apenas o que entrego...
Fecho o livro e passeio pela relva ao entardecer
Alegria, devaneio e descanso...
# walter warça

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O FAVO DE MEL & AS ABELHAS

De escamas douradas a casca da serpente. Olhinhos mansos que empedram os descuidados. Anjos do céu brincam de mortos. Walter Sarça andando pela casa. E agora trocando de corpo...

Árvore de fogo. Escamas douradas.
Imaginação, teu castelo é de Pedras!

Amor, cheiro da terra... tapete para o Temporal.
O louco de Deus dança entre alfaces!
Matéria prima, salto quântico, pandemônio.
O amor já se foi? Já esteve?
O pó de alguns é pó de estrelas.

Dançam os mortos.
Centenas de celulares tocando ao mesmo tempo.
Crianças sozinhas. Motoristas estressados.
Um grão de areia perdido no Espaço.
Veias entupidas. Parada cardiaca.
Super-homem e Super-mulher da solidão.

Imaginação, a realidade é o teu preço!
Escamas douradas. Florestas em chamas.

Do rock sei quanto do rito.
Que agita minha carne e fortalece o meu espírito!
"Eu te amo" ela disse. Mas não saltou no vazio.
A música e suas chamas, os anjos e seus olvidos!

Contos de fada, contos de amor e morte.
Assim caminha a humanidade. Isto é a religião.
Mesmo uma máquina se estressa,
Nem sempre a vitória reza.

Baton, cigarro e poeira. Árvores que comem.
Escamas douradas. Olhinhos mansos
que empedram os descuidados.
Algumas moedas no bolso da maldade.
Outras tantas no bolso da estupidez.

O Dançarino incendeia a multidão
que esboça um passo desajeitado...
Assim começa a festa!
Você é o dançarino e a dança, etc etc.
Os mortos dançam e cansam,
Pois estão vivos também.
E eu danço e corro à mesa,
Outro pedaço do bolo.
#walter sarça

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a vida é breve. não conta.
deixa pensarem que aqui
é a terra do faz de conta...

"o mundo todo é um palco"
com arquibancada e camarim
quem leva a sério demais a vida
torna este mudo pesado.

a vida é incerta, errada.
embora procurem o certo
ele é tortinho, atenção!
quem quer da vida certeza
constrói a própria prisão.

gira solto no ar
toma a aguardente da vida
ama, desama, volta a amar
corre nos campos e avenidas
grita!

dane-se a surdez do mundo.

dança a tua dança esquisita
e deixa
o palco pra outro ator
delirar.
#Walter Sarça

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POEMA DE NINAR DOIDO

Ando a cavalo no escuro... Atravesso becos, flancos, tiros.
Nenhum me acerta. Caio morto, ou qualquer outro disfarce.
É Carnaval.
Não o carnaval cinzento que culmina em gelo
Mas a festa da carne e do espírito inteiro...

Ando a cavalo no escuro... Atravesso igrejas e puteiros.
O diabo sopra a casa. O teto não cai. Se cai, é chuva de estrelas.
É ciranda.
No teatro e na vida o ar é o mesmo
e o riso, um encantado brinquedo.

Roubado dos braços de mamãe eternidade
Só vejo as horas em relógios sem ponteiros ...

Na tarde incerta como e bebo o carnaval -
O caos é uma flor sambando no terreiro...
#walter sarça


Sossego

Noturno, saltitante
Estrelas no casaco, de diamante.
Ei-la viva! Quem? A morte?
Acendei um archote
e dançai!

Desequilibrados pelo mundo,
À beira do precipício, dançai!

Incêndio na floresta, incêndio na cidade.
Água podre, fonte seca.
Comemos e arrotamos a beleza!

Incrédulos, a barca está pronta...
Ó sono, ó mãos à garganta!

Desconstruir para criar, ser trevas, e brilhar...
Em um instante de delírio, amar.
E esquecer enfim que a vida,
é uma folha a deslizar...
# w. sarça

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Há fogo em meus lábios, fogo de vinho antigo.
Há sonho no despertar, silêncio nos gritos.
Ando pela casa. Saio de casa. Vôo sobre o mar...
Estou só esta noite e aposto na tempestade!
Ébrio de paixão pelo perfume do tempo -
Ele é agora! Raio, sorriso e escândalo.
Tão sutil que me leva ao palácio dos prazeres.
E a um só tempo é vento e folha...

Derramo mistérios ao escrever na areia
E todo mistério se apaga na água do mar.
Vôo sobre o mar. Saio do mar, navego no vazio.
Não se fala sobre si mesmo quem fala de Amor.
Mas amor a quem merece. Há sangue em minhas mãos,
É meu próprio sangue, sacrifício!
Uma cidade brota onde havia tristeza
Uma cidade dançante, tão feérica que encolhe.

Ando pela cidade, sou as vestes da sombra.
Esqueço de mim e me torno o espectador.
Vejo-me através de centenas de olhos
A recitar versos de amor, desejo e loucura.
O derbak me acompanha e a flauta me acompanha.
Depois silêncio e nuvens, sou apenas o que entrego...
Fecho o livro e passeio pela relva ao entardecer
Alegria, devaneio e descanso...
# walter warça


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HOMEM INVÍSIVEL

Com os braços abertos ele clama aos céus
Os anjos choram, pois não podem intervir.
Não é uma mulher a mais, mas sua alma
Ela agora está com outro
Sorrindo...

Nenhum deus pode intervir
Nenhum demônio, ou estrela.
É tão singular sua tristeza
Ele sabe que o sol é gelado
Sabe que as casas estão caindo...

Não tem mais sonhos ou desejos
Apenas um corpo, um casulo vazio.
Um cheiro podre de liberdade...
Ele sabe que a esperança
É uma folha deslizando no abismo...

Sua vida é uma casa de janelas trancadas
Ele ama a liberdade,
E a única coisa que tem
É a angustia para passar os dias...
#walter sarça